Exportações de Jundiaí triplicam em dez anos
terça-feira, 11 de dezembro de 2012Em uma década, as exportações jundiaienses triplicaram e vão superar os R$ 700 milhões em volume de vendas agora em 2012, o que significa um recorde histórico -ultrapassa 2008, até então o grande ano dos produtos “made in Jundiaí”.
A estimativa de crescimento, de acordo com o diretor titular do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) na cidade, Mauritius Reisky, é de 350% na comparação deste ano com o de 2002. “São números fantásticos levando em consideração que se trata de um período curto, de somente dez anos”, avalia Mauritius. O balanço final só sairá no começo do ano quem.
Até outubro, as vendas para fora do país passaram de R$ 590 milhões, aumento de mais de 28% com relação ao mesmo período de 2011. A maior alta, neste ano, foi registrada em maio.
Na comparação com o ínfimo crescimento de 2011, de apenas 0,24%, os atuais números da exportação jundiaiense revelam bom jogo de cintura do empresariado local.
“Apesar das dificuldades econômicas do hemisfério norte e das difíceis relações com a Argentina, mais uma vez conseguimos identificar novos mercados”, comemora o diretor do Ciesp. Ele acrescenta: “Com isso, 2012, será o melhor ano da história de nossas exportações”.
Retomada
Os bons números e o volume financeiro cada vez maior, entretanto, não podem estar associados com o aumento do número de empresas exportadoras na cidade. De acordo com dados do Ciesp, em 2012 foi emitido certificado de origem (necessário para a exportação) para uma única nova empresa. O cenário, portanto, é outro.
“Trata-se de empresas que exportavam há alguns anos e pararam por causa de um momento econômico desfavorável lá fora, mas que agora estão retomando, porque o mercado melhorou”, explica, ressaltando que seria um equívoco associar o incremento no volume das exportações com a instalação de novas empresas em Jundiaí. “É a melhora das variáveis”.
Competitividade
A vantagem de Jundiaí na comparação com outras cidades do mesmo porte que não registram crescimento significativo nas exportações, como São José dos Campos – em uma década a alta foi somente de 37% – é a diversidade da economia industrial daqui. “São José, por exemplo, exporta mais do que Jundiaí em valores. Porém, eles dependem muito do sucesso de um único segmento, que é o de aviação”, afirma o diretor do Ciesp.
Segundo Mauritius, esse não é problema para Jundiaí. “Temos diversidade de produtos e serviços e isso nos dá flexibilidade muito maior”.
Desafios
O mercado externo pode ser um aliado para o empresariado de acordo com Mauritius. Mas, muitas vezes, há dúvidas quanto apostar na exportação de produtos por questões variadas. O ‘custo Brasil’ é um exemplo. “Hoje é o maior adversário dos exportadores”, salienta o diretor, explicando que se trata da burocracia exagerada, impasses logísticos e, principalmente, do custo de capital.
“Nossa indústria, hoje, tem condições de fazer produtos extremamente competitivos, mas perde espaço lá fora por esses problemas”, acrescenta, lembrando que é importante ter opção de atender também o mercado externo. “Hoje, o interno está aquecido. Amanhã, pode ser o contrário. Para o empresariado, é importante contar com as duas opções”.
Qualificação
Ponto importante destacado pelo coordenador dos cursos de graduação e pós-graduação em comércio exterior nas Faculdades Padre Anchieta, Elio Ferrato, é a questão da qualificação e preparo das empresas exportadoras. Hoje, há medidas adotadas pelo governo que incentivam e facilitam a exportação até para micros e pequenas empresas – apesar do ‘custo Brasil’ – segundo ele, mas é preciso estar atento para não errar ao invés de somar resultados positivos para a empresa.
“Para entrar no mercado externo é preciso oferecer produto que atenda os altos padrões de qualidade exigidos lá fora. Além disso, os preços têm de ser competitivos e é preciso um ótimo serviço de pós-venda”, pontua.
Os três quesitos são igualmente importantes. “Se a empresa se enquadra nisso, terá um parceiro por décadas e décadas”, diz.
Incentivo
Em Jundiaí, o aumento expressivo das exportações, de acordo com Mauritius Reisky, diretor titular do Ciesp, é consequência de um trabalho de incentivo que vem sendo desenvolvido desde 2007, numa iniciativa do Ciesp com o governo e a Incomex, empresa de integração das diversas atividades necessárias para o sucesso de operações de exportação e importação de produtos. “A cultura da exportação precisa ser trabalhada”, afirma.
Importação
O processo inverso também está em alta em Jundiaí. A compra de materiais e produtos de outros países é crescente e supera a casa do bilhão em valores reais. Em outubro, o aumento foi de 4,55% e, em setembro, houve queda de 13,70%.
Fonte: Rede Bom Dia
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