Bandido dos novos tempos troca revólver pelo mouse em roubo em Jundiaí
sexta-feira, 24 de junho de 2011Você confia no seu computador? Comece a desconfiar, pois Jundiaí registrou 25 casos de crimes cibernéticos nos últimos meses, segundo um levantamento da empresa privada Legaltech, especializada em perícia e investigação digital, que viu aqui um mercado promissor e bem real.
Deste total, metade é de espionagem industrial, sabotagem de informática, roubo de informações, pirataria ou concorrência desleal. O número de casos tem alertado as autoridades e preocupado as empresas.
A polícia em Jundiaí não consegue precisar se os dados destes detetives particulares são corretos, pois segundo o delegado seccional, Djahy Tucci, as denúncias de crimes virtuais registradas na cidade são passadas para a DIG (Delegacia de Investigações Gerais) e depois encaminhadas para o setor especializado da 4ª Delegacia de Delitos Cometidos por Meios Eletrônicos, do Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado), em São Paulo.
Mas vira-e-mexe aparecem na polícia denúncias de alguém que se sentiu lesado pela internet e a maior parte dos casos é relacionado a uso indevido de imagem. E nesse caso, vão desde as espionagens industriais até aquela foto que você postou num site de relacionamentos e que alguém se aproveitou dela.
Problema real / A Legaltech afirma já ter trabalhado na investigação particular de 20 crimes registrados na cidade e que Jundiaí é um dos quatro municípios no Interior do Estado com mais demanda por segurança da informação e casos de crimes eletrônicos, ao lado de São Carlos, Bauru e Ribeirão Preto.
“Nos procuram porque acreditam que a investigação policial ainda é muito lenta nessa área”, afirmou o perito em crimes digitais José Antonio Milagre. “Infelizmente, muitos funcionários insatisfeitos hoje lesam seus empregadores, prejudicando serviços de TI e roubando informações.”
E é por causa do aumento dessa procura que a Legaltech viu aqui um filão de lucro.
CLICK PERIGOSO /Outro crime bastante registrado é o de uso indevido da imagem. Nesses caso, ele pode ser caracterizado conjuntamente com calúnia, difamação, injúria e ameaça. “Algumas investigações apontam também o envolvimento de falsos perfis em redes sociais”, explicou o perito.
Todos são considerados crimes contra a pessoa, normalmente cometidos por meio do envio de e-mails, em comunidades de sites de relacionamentos, blogs e até pelo celular.
Delegado faz alerta sobre invasão
O delegado seccional de Jundiaí, Djahy Tucci, afirma que as pessoas colocam muitas informações em sites de relacionamento e não sabem o risco que isso pode trazer. “São fotos e informações que internautas disponibilizam para quem quer que seja, abrindo a porta da casa e a intimidade da família. Isso facilita a ação da bandidagem.”
Cidade terá centro de pesquisa para investigações
A grande procura por serviços de investigação digital fez a empresa Legaltech eleger Jundiaí como o centro dos trabalhos, por ter concentrado maior demanda e por estar se destacando com cidade que tem atraído um grande número de tecnologia.
A empresa também criará em Jundiaí o primeiro centro de treinamento para autoridades e peritos na investigação de crimes digitais na cidade.
“É um erro afirmar que os crimes eletrônicos não podem ser identificados, crimes eletrônicos deixam mais rastros que crimes físicos”, disse José Antonio Milagre.
Entre as técnicas de investigação estão monitoramento de redes, recuperação de arquivos apagados (com maletas forenses cujos equipamentos já estão na cidade) e clonadores digitais, dentre outras.
Outro equipamento utilizado pela empresa é um pendrive que recupera imagens de pornografia infantil e bate-papos, mesmo que o usuário apague ou formate o computador. “Os equipamentos visam cooperar com autoridades e empresas na segurança da informação e investigação de sabotagem informática.”
Fonte: Rede Bom Dia