Jundiaí é um município do estado de São Paulo, no Brasil. Dista 57,7 quilômetros da capital do estado. Com 405.740 habitantes é, no estado, o 15° município mais populoso e o sétimo maior fora da Grande São Paulo. Também é o 59° maior do Brasil, sendo maior que quatro capitais estaduais. Seu nome é uma referência ao Rio Jundiaí, cujo nome é proveniente da língua tupi, significando “rio dos jundiás”.
Apresentou, em 2013, um produto interno bruto de mais de R$ 36,6 bilhões, colocando o município na 18° posição em todo o país, à frente de dez capitais, sendo o sétimo município mais rico estado de São Paulo Em 2013, seu índice de desenvolvimento humano atingiu 0,822, levando a cidade à 11° melhor posição do Brasil e quarta melhor do estado.
Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, Jundiaí é a quinta cidade com maior qualidade de vida do Brasil, apresentando um Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal de 0,9184. Também é um dos municípios mais seguros do Brasil e do Estado de São Paulo, com um risco de homicídio de 6,88 por 100 mil habitantes (índice de 2012). É, também, primeiro lugar em saneamento básico, no ranking do Instituto Trata Brasil, entre as cidades acima de 300 000 habitantes. Entretanto, esses fatos contrastam com o fato da cidade ter apresentado nos últimos anos um crescimento no nível de desigualdade social . Possui conurbação consolidada com Várzea Paulista e Campo Limpo Paulista, além de estar em processo de conurbação com Itupeva. As cidades mencionadas fazem parte da Aglomeração Urbana de Jundiaí juntamente com os municípios de Cabreúva, Louveira e Jarinu, totalizando cerca de 771 mil habitantes. O município está integrado — junto com a Grande São Paulo, a Região Metropolitana de Campinas, a Região Metropolitana de Sorocaba e a Baixada Santista — ao Complexo Metropolitano Expandido, uma megalópole que ultrapassa os 30 milhões de habitantes (cerca 75% da população paulista) e que é a primeira aglomeração urbana do tipo no hemisfério sul.
A paisagem mais marcante da cidade é a Serra do Japi, uma das grandes áreas de Mata Atlântica nativa contínua no estado de São Paulo, denominada como “Castelo de Águas” por muitos naturalistas, como o geógrafo Aziz Ab’Saber, devido a sua riqueza hídrica. Tombada em 1983 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e, posteriormente, regulamentada como reserva biológica. Declarada em 1992 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura como reserva da biosfera da mata atlântica.
História
A região de Jundiaí, até início do século XVII, era habitada exclusivamente por povos indígenas; alguns grupos viviam em clãs familiares, caracterizando-se pelo nomadismo e outros eram sedentários. De origem tupi, se dedicavam à produção de milho e de mandioca. Eram povos guerreiros, bons caçadores e pescadores, organizando-se em aldeias compostas por cabanas circulares feitas de tronco e cobertas de palha. Parte da cultura indígena foi incorporada pelos brancos colonizadores, como a utilização de queimadas na lavoura.
O povoamento do sertão de “Mato Grosso de Jundiahy”, como era denominado o extremo território ao norte da vila de São Paulo, que hoje compreenderia a região de Jundiaí, Campinas e todo o nordeste do estado até a divisa com Minas Gerais no Rio Grande, iniciou-se próximo ao Rio Jundiaí com a chegada da Rafael de Oliveira, sua mulher Petronilha Rodrigues Antunes e filhos, em 1615, que deram ao povoado a denominação de “Nossa Senhora do Desterro de Jundiaí”.
Segundo alguns historiadores, o casal teria se fixado aí em virtude de ter Rafael de Oliveira cometido “crime de bandeirismo”, isto é, organizado expedição de apresamento de índios, o que era vedado pela coroa portuguesa. Diz, no entanto, o historiador Afonso de Taunay, que Rafael foi perdoado, graças à sua participação no combate aos flamengos.
O fato é que a antiga Freguesia de Nossa Senhora do Desterro prosperou desde o início de sua formação em virtude de construir ponto de apoio para as expedições que se dirigiam aos sertões, que, aí, se abasteciam de gêneros produzidos pelos seus habitantes.
A inauguração de uma capela dedicada a Nossa Senhora do Desterro, no ano de 1651, marcou o início do reconhecimento da povoação de Jundiaí. Quatro anos mais tarde, foi elevada à categoria de vila.
Em 1655, Jundiaí marcava o limite norte do povoamento da Capitania de São Vicente. Esse povoamento acusava dois rumos principais: um de Jundiaí para leste, atingindo a zona montanhosa banhada pelo Rio Atibaia e outro de Jundiaí para o norte, alcançando o vale do Rio Mojiguaçu. No primeiro caso, surgiu a fundação do povoado de Atibaia na Fazenda de São João, por Jerônimo de Camargo, onde, em 1655, se fixaram os índios trazidos do sertão pelo padre Mateus Nunes de Siqueira, povoado que passou a ser capela-curada em 1680. Cerca de 1676, surgiu a povoação de Nazaré. Depois da descoberta das minas de Goiás no século XVIII, chegou a traçado definitivo o “Caminho dos Guaiases”, partindo de Jundiaí, atravessando as povoações de Mojimirim e Mojiguaçu, rumando para o noroeste por áreas que, mais tarde, formariam o sul de Minas Gerais.
“Sua economia passou por uma fase de estagnação após 1695, durante o apogeu do ciclo da mineração, reativando-se contudo depois de 1785, quando a agricultura se fortaleceu com a cana de açúcar, feijão, cereais, algodão e café. Outro fator de progresso foi a fruticultura praticada principalmente pelos imigrantes europeus a partir do fim do século XIX. Ainda nessa época, surgiu a indústria da tecelagem com a fundação em 1874, da Companhia Jundiana de Tecidos, por incentivo do Barão de Jundiaí, Francisco de Queiroz Telles.” A partir de 1890, o município recebeu uma grande massa de imigrantes italianos.
No dia 28 de março de 1865, Jundiaí foi elevada à condição de município.
“Foi ainda em fins do século XIX que inauguraram as Estradas de Ferro (Cia. Paulista- Santos a Jundiaí – a Ituana e a Bragantina). ” , o que possibilitou a imigração de ingleses, espanhóis e italianos, motivados por incentivos governamentais, que tencionavam substituir a mão de obra escrava.
Na primeira metade do século XX, Jundiaí descobriu a sua vocação industrial, que perdura até hoje, pois o município possui um dos maiores parques industriais da América Latina, entretanto os níveis de poluição no município se mantém em situação padrão . A indústria do lazer nos municípios próximos também está incrementando a economia local, com a instalação de parques temáticos que atraem turistas e geram empregos para os jundiaienses.
Ultimamente, o município enfrenta alguns problemas característicos dos centros brasileiros de alta densidade populacional, embora o registro de furto de automóveis pela polícia militar, por exemplo, teve queda na cidade nos últimos anos .
O aniversário do município é comemorado em 14 de dezembro, data em que foi elevada à categoria de vila. Em 2005, foi aprovada uma emenda que decretou feriado municipal na data, comemorado a partir de 2006. Os comerciantes não aprovaram, por se tratar de uma data próxima ao natal e, a partir de 2008, o feriado tornou-se facultativo.
Subdivisões
A prefeitura elaborou uma divisão administrativa oficial para o município, dividindo-a em sete regiões: central, leste, oeste, norte, sul, vetor noroeste e vetor oeste. Cada região é dividida em bairros. Porém, a despeito desta divisão oficial muitos bairros são chamados por outros nomes, e muitos bairros tem seus nomes populares cedidos a outros bairros próximos.
Esportes
Futebol
Em 2009, o Paulista Futebol Clube completou cem anos de história no dia 17 de Maio. Dentre os títulos do Paulista, estão o Campeonato Brasileiro de Futebol de 2001 – Série C e a Copa do Brasil de Futebol de 2005. O time também participou da Copa Libertadores da América de 2006, quando venceu o Club Atlético River Plate.
Ciclismo
A cidade possui forte tradição em ciclismo de estrada. Devido disponibilidade de trilhas na Serra do Japi e arredores existem muitos praticantes de mountain bike. Atualmente existem cerca de 14 grupos de ciclistas na região, estima-se que estes grupos possuem cerca de 600 ciclistas ativos que praticam seus treinos e passeios diariamente.
Skate
A cidade tem ainda uma fortíssima tradição no skate, tendo a partir da década de 1980 pistas como o Mirante (oval), o Sororoca (inicialmente half pipe) e depois street. O esporte vive altos e baixos nos grandes momentos, mas tem um grande número de praticantes.
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