Jundiaí reforça prevenção de riscos em boates
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013O secretário de Obras de Jundiaí, José Roberto Aprillanti Júnior, afirmou que o envio para a Câmara Municipal de Jundiaí do novo código do setor, revisado no ano passado, foi adiado para reforçar aspectos de fiscalização. “Eu já tinha pedido de volta na semana passada apenas para destacar esses detalhes. A tragédia confirmou o acerto da medida”, afirma.
Não há caso de precedentes graves na cidade ou região. Para o 1º tenente PM Armando Verona, chefe interno de atividades técnicas do 19º Grupamento de Bombeiros em Jundiaí, um bom projeto ou mesmo a instalação de sistemas passivos e ativos de combate são insuficientes.
“É preciso chegarmos a uma política de prevenção contra incêndio, que deve ser observada na esfera institucional, municipal, empresarial, social e até familiar. Cabe a todos nós entendermos os riscos que estão ao redor de nosso ambiente e agirmos para sua neutralização”, explica.
Uma das mais tradicionais e populares casas noturnas da cidade, a Rei da Noite, endossa a mensagem das autoridades. De acordo com o gerente Júnior Pansonato, pelo menos uma vez ao ano é feito o treinamento para toda a equipe. “Os brigadistas, como são chamados os treinados para emergências, podem fazer a diferença em minutos. O que aconteceu em Santa Maria foi uma fatalidade, mas acredito que as normas são mais rigorosas aqui no nosso estado”, afirma.
Um desses detalhes é o investimento em lã de vidro para o isolamento acústico, bastante comum em Jundiaí e muito mais seguro e não tóxico do que as placas usadas na boate gaúcha, mais baratas e mais adequadas para estúdios de gravação.
Os clubes também estão em atenção constante para esses riscos. De acordo com o diretor social do Grêmio da Companhia Paulista, Fábio Storari, a diretoria estava falando do novo treinamento anual pouco antes da tragédia no sul.
“Os bombeiros trabalham intensamente em Jundiaí e estivemos renovando uma série de equipamentos dentro do prazo. Acho que os clubes e as casas noturnas são bem rigorosas, hoje pode existir improviso apenas em um ou outro caso de pequenas proporções”, diz.
Na prefeitura de Jundiaí, Aprillanti concorda. Ele lembra que a licença de atividade na Secretaria de Finanças, por exemplo, sai apenas depois do projeto aprovado, do “habite-se” da obra e do auto de vistoria dos bombeiros.
“E antes, no meu setor, a licença sai apenas depois da planta aprovada e do mesmo laudo dos bombeiros. A gente fecha todos os lados. Com essa tragédia, o que eu pedi para minha equipe foi apenas mais atenção nesse setor, mas as normas já existem ”, diz sobre as exigências legais.
Aprillanti lembra que qualquer reforma ou ampliação na cidade precisa contar com um novo projeto na prefeitura, porque mudam as características originais que deram origem ao alvará do “habite-se” e as atividades clandestinas devem diminuir com a entrada em operação, prevista para maio, do sistema georreferenciado discutido desde o governo anterior.
Para a gerência do Rei da Noite, é importante que o episódio motive as pessoas a buscarem noções preventivas e emergenciais. “Certa vez apagamos um incêndio em um depósito vizinho da casa noturna, ainda quando era no Centro, porque tínhamos pessoas capacitadas”, ressalta Júnior .
Músico diz que interior reduziu parte dos riscos
Uma das bandas de Jundiaí que mais excursionam atualmente, a Reprise Inédita tem visto muitas situações curiosas pelo interior paulista.
“Por exemplo, são muito raras as casas que possuem saída por trás do palco. Ou seja, em caso de acidente os músicos são os últimos a sair”, afirma o baterista e produtor de vídeo Marquinhos Vicente.
Ele diz que a existência de materiais de isolamento acústico tanto de alta proteção contra o fogo, de um lado, ou também inflamáveis e tóxicos, de outro, é um assunto onde até os músicos precisam confiar nos responsáveis pelo local. Assim como o público leigo.
“Melhorou muito. Parece pouco, mas antes as pessoas fumavam em ambientes fechados e havia também esse risco de fagulhas”, observa.
A banda, que além de instrumentos usa telas de vídeo, toca em Jundiaí na sexta às 18h, na 30ª Festa da Uva, no dia 8 de fevereiro no Villa Pizza Bar e no dia 23 no Clube São João. E até março vai a cidade de Rio Claro, Santos, Nova Odessa, Amparo, Piracicaba, Pedreira e outras.
“Temos certeza de que isso que aconteceu vai servir para muita gente pensar melhor na estrutura de locais que recebem concentração de público, especialmente os maiores”, afirma Marcos.
Parâmetros visam a capacidade de espaços para eventos na cidade de Jundiaí
De acordo com o 19º Grupamento de Bombeiros da Polícia Mlitar, as normas de edificações separam categorias acima e abaixo de área de 750 m² ou da altura de 12 metros. Mas há muitas exigências comuns a todas.
A sinalização de emergência (com cores predefinidas e fotoluminescente)já vale, por exemplo, para públicos acima de 50 pessoas. O nome oficial do documento emitido pelo Corpo de Bombeiros é AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) e na maioria dos casos é exigido pela prefeitura para a emissão do alvará de funcionamento.
Fonte: Rede Bom Dia
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