Jundiaí fica sem vacina de raiva em agosto, o mês do ‘cachorro louco’
segunda-feira, 8 de agosto de 2011A cidade Jundiaí deveria receber mais de 50 mil doses da vacina antirrábica em agosto, mês conhecido como o do cachorro louco. Mas a entrega que seria feita pelo Ministério da Saúde está atrasada e a campanha de vacinação contra a raiva em cães e gatos prevista para setembro foi adiada pelo Centro de Controle de Zoonoses de Jundiaí.
No ano passado, a campanha foi cancelada em todo o país porque houve grande número de casos de reações adversas em animais. Um novo laboratório foi contratado pelo governo e testes seguem sendo realizados. “Mas o Ministério já divulgou uma nota dizendo que as vacinas para a região Sudeste deverão atrasar e, com isso, a campanha precisou ser adiada”, explicou gerente do Zoonoses, Carlos Ozahata.
O Ministério da Saúde diz que todo o país vai receber, mas a prioridade é para os estados em que foram registrados casos de raiva entre cães e em humanos, como no Maranhão, onde um homem morreu este ano.
“Priorizamos o Norte, Nordeste e Mato Grosso. Mas o laboratório brasileiro Tec Par está em fase de teste, junto com a USP, para a produção de mais 35 milhões de doses. Em algum momento, o estado de São Paulo vai receber as vacinas”, divulgou a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde.
Apesar disso, Carlos garante que a cidade está pronta para a campanha. “Estávamos preparados para setembro, e assim que houver liberação das vacinas divulgaremos a campanha.”
Clínicas particulares / Para quem não quer esperar a definição do Ministério, a opção é procurar uma clínica particular para fazer a vacinação. O preço varia entre R$ 30 a R$ 50 e o animal pode ser imunizado ainda contra outros vírus, conforme indicação de veterinários.
Janete Nono, 54 anos, não espera a campanha e procura a imunização em clínica particular para seu cão de 11 anos, Au-Au. “Ele sempre foi vacinado em setembro na clínica onde faz tosa”. O animal toma ainda a vacina contra a gripe juntamente com a dose antirrábica. Ela conta que, como o cachorro tem contato com a neta dela, Laís Nono Zago, 6 anos, ela teme que a criança possa ter algum problema.
“Por isso ele sempre toma todas as vacinas e remédios que precisa. é um cuidado com a gente também.” Para a veterinária Cassandra Cassilha Kneuvil é de suma importância que as pessoas levem seu animais para vacinar.
“Temos a presença de morcegos na cidade, principalmente por causa da Serra do Japi, e por isso as pessoas devem se conscientizar da importância da imunização.”
Segundo ela, somente esta semana mais de cinco clientes já ligaram para a clínica atrás de informações sobre a vacina. “Alguns já estão sabendo que a campanha da prefeitura vai atrasar e não querem esperar.”
Ela explicou ainda que no ano passado houve um aumento na procura pela vacina por causa do cancelamento da campanha. “Muitos clientes avuslso, que procuram a clínica poucas vezes durante o ano para banho ou tosa acabaram se interessando pela vacinação particular por conta do cancelamento da campanha pública.”
Morcegos doentes mantém raiva na cidade
Apesar de não haver registro da doença em cães e gatos há mais de 30 anos na cidade, a raiva é encontrada em Jundiaí em morcegos. De acordo com o gerente do Centro de Controle de Zoonoses de Jundiaí, Carlos Ozahata, todos os anos são encontrados entre um ou dois morcegos infectatdos com a raiva.
“Pode parecer um número baixo de morcegos, mas isso aponta que o vírus está presente na cidade e por isso é importante ter atenção.”
Segundo ele, é vale ressaltar que o morcego não ataca os cães ou gatos. “O que acontece é que morcego também morre por causa da raiva e se o animal morrer na cidade, o cachorro ou o gato pode cheirar o morcego morto, ter contato com o vírus e vir a ficar doente”.
Além disso, as pessoas devem tomar cuidado para não entrar em contato com morcegos mortos para evitar o contágio. “A raiva é 100% fatal e a única forma de prevenção é a vacinação regular”, explicou o gerente do Zoonoses.
Vírus variante /Carlos Ozahata explicou que além do vírus da raiva existe a presença de um vírus variante, chamado de variante morcego. “Para manter controle sobre esse vírus o Zoonoses mantém vigilância ativa em morcegos para avaliar comportamento diferente nos animais, como voos diurnos, por exemplo.”
Fonte: Rede Bom Dia
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