2 anos após acabar com banda marcial, Jundiaí gasta quase 100 mil para montar outra
segunda-feira, 4 de julho de 2011Pouco mais de dois anos depois da extinção da Banda Marcial “Hermeto Paschoal”, um novo projeto do setor está sendo lançado pela Prefeitura de guia da cidade Jundiaí. Desta vez trocando a secretaria de Cultura pela de Educação, com investimento de R$ 96 mil.
A missão de criar a banda vai ser feita pelo maestro Cavino Rocha Tanese na Escola Municipal Aparecida Merino Elias, no Medeiros. Segundo a prefeitura, essa iniciativa busca a descentralização cultural e tem funções pedagógicas e cívicas.
Embora resgatar um pouco da tradição que já esteve presente em grande número das escolas públicas da cidade seja positiva, alguns críticos apontam riscos no projeto.
Para o ex-regente da banda marcial, Vagner Aguiar, antes houve competência e estrutura para a banda, mas faltou vontade do poder público em continuar o trabalho, que foi suspenso na mudança de governo do PSDB, em 2009.
“Nunca houve verba real, só o que sobrava. O prefeito Ary (Fossen) até incentivou um pouco mais, restaurou instrumentos. Mas depois isso acabou”, afirma. O BOM DIA apurou que muitos instrumentos da banda marcial se perderam e outros que estavam guardados no Museu da Fepasa foram transferidos há algumas semanas para a Casa da Cultura – não se sabe que uso terão.
O novo maestro que vai recomeçar o trabalho nesse setor (ainda inédito nas escolas da rede municipal) é um dos fundadores em 2004 da Ocifaban, a associação paulista de fanfarras e bandas que é uma das entidades do setor no estado, e também organizou encontros de corporações do gênero. O BOM DIA não conseguiu contato com Tanese.
reciclagem / A banda marcial é formada por instrumentos de metal como trompa, trombone, bombardino, trompete, tuba e de percussão, como caixa, prato, surdo e bumbo. De acordo com a Secretaria de Educação, são 109 instrumentos que serão encaminhados para a escola com previsão de envolvimento de 500 alunos da educação básica de 1ª a 5ª séries.
Para o ex-maestro, a manutenção de uma boa banda é possível com R$ 10 mil mensais. “Existem fontes como a Lei Rouanet (de incentivo à cultura) que podem ajudar a sustentar e multiplicar o projeto com incentivo privado. No meu caso me diziam para eu mesmo procurar as empresas, mas isso pode ser mais apoiado agora”, afirma.
Para Vagner, que assumiu a banda depois de polêmicas anteriores, mais de 5 mil músicos passaram pela corporação. “Eram 120 músicos e mais 60 meninas no corpo coreográfico. Uma banda marcial, como diz o nome, é para marchar e não houve a compreensão de precisarmos desse espaço no Complexo Fepasa”, diz. Muitos seguiram no Projeto Guri, também instalado na gestão Ary Fossen. Ele deseja sorte ao novo projeto.
CRONOLOGIA
Setembro de 2002
É criada a banda marcial Hermeto Paschoal, com investimento de R$ 100 mil em instrumentos.
Outubro de 2005
Músicos levam camisetas para apresentações que recebem marca de patrocinador, conforme registrou o BOM DIA, o que colocou em xeque a lisura do trabalho.
Março de 2009
Atividades são suspensas sem aviso prévio.
Junho de 2011
Maestro Cavino é contratado em nova fanfarra escolar.
Exemplo vizinho
Com um terço da população jundiaiense, Atibaia tem uma das melhores bandas marciais do mundo desde 2009, quando foi campeã do Campeonato Mundial de Bandas Marciais, na Holanda, onde homenageou o samba. Em 2012 o torneio mundial vem para a cidade, com bandas de vários países.
180
estudantes de 5 a 18 anos integravam a banda marcial
Investimento é chave
Para retomar o setor vai ser preciso planejamento. “Não tínhamos uniforme para ir aos concursos”, adverte Vagner Aguiar.
Fonte: Rede Bom Dia
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