Jundiaí: Desabrigados mudam para casas improvisadas no galpão da Pozzani
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011A nova moradia do segurança José Serafim, 42 anos, no galpão da antiga fábrica Pozzani, é improvisada – assim como as casas das outras 58 famílias de desabrigados que se mudaram para o local neste sábado.
Entretanto, apesar de o momento ainda ser de muita dificuldade, representa o início de um recomeço para José, a esposa Cristiane Serafim e os dois filhos.
“Aqui temos as nossas coisas de volta. São poucas, mas vai dar para tomar um banho melhor e ficar com a família reunida”, diz o segurança, que teve a casa onde morava no Jardim Tamoio desapropriada após as enchentes que ocorreram na cidade em janeiro.
“Agora é só esperar um pouco pra ir para a nossa casa de verdade”, completa José, se referindo aos apartamentos do programa “Minha Casa, Minha Vida”, no bairro Corrupira, que foram destinados pela prefeitura aos desabrigados.
“Vai ser a realização de um sonho, vou torcer para o tempo passar rápido”, completa, com simplicidade.
Esperança /O ajudante de pedreiro João Batista Azevedo, 44, também comemorou neste sábado a mudança para um espaço um pouco melhor daquele em que viveu nas últimas semanas.
“Eu estava no abrigo do Romão de Souza (ginásio esportivo), mas minha família foi para Cajamar, na casa de um parente, porque não queria que meus filhos passassem por esse sofrimento. Agora vou poder trazê-los para ficar comigo aqui”, conta.
João Batista tem até planos para o espaço onde irá morar nos próximos meses. “Quero trocar a fechadura da porta porque a chave de todo mundo abre a casa de todo mundo e, aí, vou dar um jeito de fazer um telhado”, diz.
Nos galpões onde as casas foram improvisadas, há apenas as divisórias de paredes, mas o teto é coberto por antigas telhas Brasilit que já faziam parte da estrutura do espaço.
A assessoria de imprensa da prefeitura não soube informar, ontem, no local, se será permitido que os moradores invistam em melhorias do espaço ou se a própria prefeitura irá fazer alguma outra modificação neste sentido.
Para João Batista, entretanto, a vida recomeça. “Para mim aqui está muito bom, já conheço os meus vizinhos e sou uma pessoa que faz amizade fácil. Acho que não vai ter tanta briga como lá no Romão”.
Dificuldade / Para Juliana Dias da Silva, 26, cuidadora de idosos, a realidade ainda é difícil de ser encarada. “Perdi tudo o que eu trabalhei muito para conquistar. Sou mãe solteira de quatro filhos e não consigo mais acreditar que vou oferecer um futuro melhor para eles. A sensação, aqui, é de ter voltado à estaca zero”, desabafa.
Água, luz e cesta básica
Os gastos com energia e água serão mantidos pela prefeitura segundo Laércio Barros dos Santos, diretor de Proteção Social Básica. As famílias também ganharão cesta básica, água mineral e kit de limpeza mensalmente.
35
Metros quadrados é o tamanho das casas improvisadas que as famílias ganharam.
Segurança e assistência
A GM (Guarda Municipal) fará segurança 24 horas no galpão da Pozzani e as famílias contarão com o apoio de assistentes sociais da Fumas diariamente de acordo com informações da assessoria de imprensa da prefeitura.
Transferência
As 59 famílias encaminhadas ao galpão da Pozzani estavam nos abrigos dos complexos esportivos Romão de Souza e Jardim Ângela. Eram moradores do Jardim Tamoio, São Camilo e hospital psiquiátrico.
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