Jundiaí: A procura pelo Zoonoses da cidade cresceu 40% em casos relacionados a escorpiões
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011O aposentado Paulo Mitsuo Muragaki, 63 anos, bate seus tênis todos os dias, pela manhã, contra o piso para se certificar que dentro deles não há algum escorpião.
Em meados de dezembro, Paulo foi picado por um escorpião que estava em um de seus tênis, numa manhã de sábado, quando se preparava para ir à feira. “A dor é insuportável”, lembra.
Ele é morador do Vianelo, bairro que está entre as regiões onde o número de escorpiões começou a crescer – e aparecer – nessa época de dias quentes.
Os pequenos e perigosos animais, de cores variadas, têm deixado os moradores atentos. A procura pelo setor de Zoonoses da cidade cresceu, pelo menos, 40% em casos relacionados a escorpiões.
Paulo, precavido, diz que não deseja mais encontrar o bicho e chegou até a cercar sua casa com sal grosso. “Não sei até onde isso dá certo, mas não os quero por aqui.”
O mesmo ocorreu com a aposentada Iolanda Sarti, 76, que há um ano mora sozinha, também no Vianelo, e que teve de contratar os serviços de uma dedetizadora quando os escorpiões começaram a dar as caras – e os ferrões – em sua casa, que não tem entulhos, mato alto, lixo exposto ou qualquer outro tipo de material que pode servir de casa aos bichos. De olho na janela do quarto de hospedes, onde apareceram quatro escorpiões, ela se pergunta de onde eles vêm. “Acho que deve ser do bueiro”, palpita.
No Caxambu, a design de interiores Erica Cristina Gomes, moradora de um condomínio fechado, diz que, esta preparada para lidar com os indesejados visitantes. “A dedetizadora passa por aqui a cada três meses”, diz ela, que mora de fundo a uma área verde e com animais peçonhentos.
Os outros bairros com aumento no número de aparição de escorpiões são Vila Rami, Vila Argos, Argos Velha, Cidade Jardim e a região central. A zoonoses diz estar em alerta.
Dicas para combatê-los
Não juntar lixos, entulhos e evitar o mato alto
Os escorpiões costumam estar presentes em madeiras, telhas, pedras e no lixo, principalmente quando estes estão sem uso, e, por isso, evitar juntar os materiais.
Baratas atraem os bichos e devem ser combatidas
As baratas devem ser combatidas com inseticidas, pois são os principais alimentos do bicho.
Veneno da picada pode levar à morte
Caso seja picada, a vítima deve procurar um hospital imediatamente. O veneno pode matar.
Na cidade, eles são de dois tipos e cores diferentes
A biomédica Ana Lúcia Castro Silva, 43 anos, do Centro e Controle de Zoonoses, afirma que na Cidade de Jundiaí predominam dois tipos de escorpiões – o ferrolato, que não precisa de um companheiro para se reproduzir, e o bahiense, que necessita de um companheiro e cujo número é maior por aqui.
“Os dois tipos são perigosos e, dependendo da resistência da pessoa, pode levar à morte”, declara Ana Lúcia. Para eliminar o bicho, explica ela, é necessário acabar com sua fonte de alimentação: as baratas. “O veneno nem sempre mata os escorpiões, que tem o casco duro, e, além disso, pode irritar ainda mais o animal.”
O escorpião, afirma a biomédica, geralmente se encontra em bueiros, onde também estão as baratas. As chuvas fortes, comuns nessa época do ano, podem espantar os bichos dos buracos e entulhos onde estão, o que faz com que entrem ainda mais para dentro das casas. “E o calor é uma época em que se reproduzem mais”, explica ela.
Fonte: Rede Bom Dia